sábado, 15 de outubro de 2011

Vamos Dançar?

Por Lucas Damasio

Acho meso que quando o profeta escreveu “E no princípio era o verbo” ele referia-se ao movimento de Deus na criação do universo. Não era uma expressão apenas para embelezar ou rebuscar o texto, não! Esta foi uma expressão objetiva, e por si só descreve um fato marcante no inicio de todas as coisas. Acredito que essa tenha sido a primeira nota musical, entoada por Deus, e que vibra ensinando qual o ritmo da vida, indicando que a ação é a única forma efetiva de fazermos parte desta canção.

Desta forma, pergunto-me se não seria mais fácil acreditarmos em Deus com nossos corações, e realizarmos por nós mesmos todas as bênçãos que insistimos em pedir-lhe que nos jogue do céu. Pergunto-me que sentido há em promover e admirar festivais e circos extravagantemente exibidos e praticados em nome de um alívio ilusório e com validade determinada. Para alcançar o amor, basta amar. Para alcançar as bênçãos de Deus, basta merecer. Percebe a necessidade da ação como ponto de sustentação?

Desta forma não vejo como não pensar em construção. Sim, vamos pensar em construir! Não refiro-me a uma construção de pedra, pau e cimento. Refiro-me a construir uma vida, construir oportunidades, construir um caminho, um sonho, uma vida. A ação na arte de construir ao qual o Homem é dotado carrega em si a essência da razão de ser do existir. Escritores, escrevam. Pintores, pintem. Músicos, toquem. Sonhadores, abram os braços e atirem-se de cabeça. As pedras no caminho trarão consigo a dor, a frustração e o desanimo. Mas lembre-se de que, chegar ao final do dia e contemplar o pôr-do-sol, ou ouvir o som da chuva lavar o suor da face da Terra farão brilhar em seus lábios um sorriso. Nenhuma dor, frustração ou desanimo será maior do que este inigualável sentimento de poder dizer “hoje dei mais um passo. Estou caminhando!”

Pois caminhar, tenho dito, é renascer todos os dias. É celebrar a ação sob forma de dom. E agir é imitar o criador no ato da criação, é dançar e cantar a música de Deus.

sábado, 1 de outubro de 2011

As Cartas que não foram lidas

Por Lucas Damasio

Tomo emprestado a tema de meu irmão P.J.S., sobre suas “Cartas que não foram lidas” para também exteriorizar algumas palavras que relevam minhas visões do amor. Espero que meu irmão possa perdoar-me por este atrevimento.

"Toda grande obra inicia-se com um suspiro. Que seja então, um suspiro de amor!"

Eis que resolvi, ao cair desta madrugada, debruçar-me por sobre o teclado do meu computador e escrever para você. Não tome como estranhos estes meus devaneio. Embora eu não saiba ao certo o que as linhas abaixo reservam em seu conteúdo, assim sou. Certa vez disse-lhe que preciso acertar novamente minha mão para escrever, e talvez seja justamente isso que faço agora. Escrevo pra você, é verdade, mas também escrevo para mim. Desta forma, o coração se abre com mais facilidade e as palavras fluem. Acredito que escrever seja uma das coisas – se não a coisa – mais importante e com maestria que consigo fazer no mundo. É como eu faço as minhas orações e entro em contato com Deus. É a secreta paixão que tenho desde criança. Uma criança que vive em mim até hoje e sonha com uma infinidade de coisas que às vezes me assusta, pois são sonhos que imagino ultrapassem em margem larga o meu talento, mas também me inspiram. Mas em fim, não é de mim que quero falar, mas sim de você. Ainda não sei ao certo se esta singela carta chegará um dia em suas mãos. Como você reagiria? Como interpretaria? Será que sorriria? O que pensaria? Será que me chamaria de louco? As dúvidas bailam em um vai e vem de imagens e sons na minha mente. Eu sou assim! Bom, decidirei conforme as linhas abaixo forem surgindo.

Entre uma pausa e outra enquanto escrevo estas palavras, penso em todas as coisas que eu poderia lhe dizer. Em todas as coisas que eu quero lhe dizer. Penso no mundo lá fora que é espantosamente maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. Assustador porque ele é grande demais, e nós somos tão pequenos. E maravilhoso porque temos a honra, o privilégio e a benção de conhecer pessoas que com toda certeza possuem em si uma mensagem de Deus.

Sim minha cara, pessoas como você! Que faz com que pobres sonhadores como eu recuperem um pouco do brilho dos sonhos, do instinto da inspiração, e do fogo sagrado do coração, que estavam ligeiramente apagados e desacreditados, vítimas da rotina e da descrença a qual todos nós estamos sujeitos, porém não deveríamos deixar de vigiar.

De alguma forma, você me forçou a inclinar meu olhar sobre mim mesmo onde lembrei-me de algo que havia esquecido de praticar no dia-a-dia da . Eu estava apenas existindo! Só existindo! E os sábios e loucos deste mundo sabem que apenas existir não basta, não é suficiente. É preciso VIVER, e estar em sintonia com a vibração da vida. Sim, pois a vida vibra, porque a vida é ação, e eu havia me esquecido de por minha existência em movimento. Está escrito nos livros sagrados da humanidade “No principio era o verbo”. E o verbo indica uma ação. Escrevi certa vez que o mundo é o sonho de Deus colocado em movimento. Acredito nisso com tanto fervor quanto acredito que teus olhos têm o brilho mais bonito das estrelas guardado neles.

São coisas simples que desencadeiam tudo isso. Simples e mágicas como um sonho. O seu sorriso, o seu olhar, sua voz, o som da sua risada, o seu cheiro, o seu jeito único de ser. Este conjunto de coisas simples, e infinitamente mágicas que te cercam e fazem parte de sua essência vão aos poucos reconstruindo as partes ruídas do mundo, e desenrolando novos horizontes e novas paisagens diante de mim. É tudo muito sutil, muito delicado, e intenso ao mesmo tempo. Devo mergulhar de cabeça? Bom, te respondo a esta pergunta pessoalmente. Por ora vou guardar a resposta comigo, enquanto sorrio ao som de violino da música The Ad Arcana, de Hans Zimmer. Sempre gostei do violino desta música. Acho que hoje gosto mais.

Não quero me prolongar muito mais nesta carta, embora não esteja tão certo de que tenha dito tudo o que gostaria de dizer. Mas não quero correr o risco de transformá-lo em uma leitura longa, chata e cansativa.

Mais uma vez, não ache estranho eu ter escrito para te dizer isso. Como te disse e você já sabe, é na escrita que manifesto o meu melhor lado. Se isso é bom ou ruim, eu ainda não sei, mas só sei que algo fantástico acontece quando me imponho a escrever.

Bom, é isso minha cara, que gostaria de lhe dizer nestas poucas e bobas linhas. E apesar de ter ficado deste tamanho, tudo este texto poderia ser traduzido em apenas uma frase, que não me canso de lhe dizer: “Gosto muito de você, você é muito especial e me faz muito bem”.

Esta é a minha oração e minha conversa com Deus esta noite.