segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Que tal um ano novo pra chamar de seu?


 

Já que o ano foi atípico, já que existe um tal de novo normal que nos bate a porta, já que talvez o mundo melhore por causa de um vírus que nos forçou a uma quarentena. Que tal um ano novinho em folha pra remediar a situação?

Seria ótimo não?

Não é fantástico que um relógio marcando tic tac das 23:59 de um dia 31 para o dia 1º nos traga tanta esperança?

Somos humanos, e essa esperança, esse sonho com dias melhores faz parte de nossa essência.

Mas se pararmos um momento para pensar, temos um ano novo a cada 365 dias, um novo ciclo que se inicia, novas chances, novas promessas e novos sonhos.

Mas o que realmente estamos fazendo com esses ciclos?

Talvez uma hora por dia de leitura signifiquem 365 horas de um pouco mais de conhecimento.

Talvez alguns momentos a mais com seus filhos (as) signifiquem 365 dias de mais proximidade, cumplicidade e companheirismo.

365 dias de estudo, em alguns ciclos podem se transformar em uma carreira.

365 dias é um tempo considerável para perdoar ou pedir perdão, 365 dias pode ser tempo necessário para um novo emprego, um novo corte de cabelo, uma nova vida, experimentar um novo prato, ouvir uma nova canção ou fazer um novo plano.

Esperamos o tic tac do relógio como se uma varinha mágica fosse pular de dentro dele.

A verdade, no entanto, é que não existem mágicas. Essa tal de esperança não aceita desaforos, não aceita promessas vazias ou acordos não cumpridos.

A esperança talvez seja uma das coisas que mais exige esforço e dedicação de qualquer mortal que anda por esse mundo.

A esperança de ser melhor, exige empenho e dedicação.

A esperança de realizar sonhos, exige luta, trabalho duro e horas de suor brotando da testa.

A esperança de boa saúde, passa por cuidados com seu corpo, sua alimentação e sanidade mental.

A esperança do diploma, passa por madrugadas e fins de semana de estudo nas quais o “sextou” não significam nada pra você, afinal a esperança nos ensina que não é de sextas-feiras que se faz uma vida.

Não importa o tamanho de seu sonho ou de seu conflito.

Não importa quantas vezes você caiu ou se levantou.

Dizem que enquanto há vida há esperança. Mas a esperança sozinha não serve como medida de absolutamente coisa alguma.

Uma planta sem água não dá frutos nem flores.

Um relacionamento sem conversa, cumplicidade e compreensão não vinga.

Um trabalho sem dedicação não é reconhecido.

Música sem melodia não serve.

Aprendizado que não foi aplicado não foi importante.

Coisas que foram sentidas, mas não foram ditas são desperdício.

Fazer mais ou menos algo que você podia ter feito melhor, não merece destaque.

Falar sobre algo que desconhece como se fosse uma autoridade no assunto, só te torna um imbecil.

Acreditar que por determinação da esperança tudo vai melhorar, é algo muito parecido com acreditar que um veículo andará sem combustível.

Encha sua vida de esperança, mas não se esqueça da ação, do fazer acontecer, do replanejar, do mudar de caminhos, do abandonar velhos hábitos que já não servem.

Não se esqueça de aprender com seus erros, não abandone seus sonhos porque algum pessimista de plantão disse que não daria certo e lembre-se que a jornada é um passo de cada vez.

Transforme seu novo ciclo de 365 dias em algo valido, em algo grandioso, em algo que vale a pena ser vivido.

Mantenha a esperança acessa, mas trabalhe a favor dela.

Um ano feliz começa com aquilo que você tem para oferecer, e não com o que você tem a pedir.

Se com todos os erros desse ciclo, se com todas as dificuldades e percalços, você entendeu que pode ser melhor, fazer o melhor e evoluir para o patamar que deseja, acredite, você está no caminho certo.

Afinal não se faz o novo com coisas velhas.

Alimente sua esperança como se fosse um forno a lenha, não deixe a chama se apagar, mas lembre-se que será preciso buscar a lenha, carregá-la, cortá-la e reavivar a brasa sempre que ela correr o risco de se extinguir.

Um novo ciclo de 365 dias daquilo que você ousar construir.

 

Paulo Joaquim.