sábado, 14 de julho de 2012

O Anticristo

Já dizia um renomado escritor “O mundo não é um lugar sagrado, mas sim um processo sagrado, e fazemos parte dele”. Talvez realmente o mundo não seja bem o que achamos que ele é. Talvez, nossa própria sociedade não seja exatamente forte e correta como sugerem nossos valores culturais e absolutos. Talvez, me arrisco a dizer, que as religiões modernas são as mais hereges e profanas que já surgiram na face deste planeta, afinal, nunca na história da humanidade nunca houve tantos confrontos e discórdias em nome de Deus.

Digo isso porque, de uns tempos para cá, passei a ter a percepção social de que Deus foi engarrafado e reproduzido como um conceito, e o homem posicionou-se no universo como o “pecado do mundo”. Este é um pensamento complicado e de certa forma contraditória haja visto que nossa essência provem diretamente de Deus, ou de um principio criador.

Não quero aqui me aventurar pelos traiçoeiros caminhos da teologia, mesmo porque, sequer tenho envergadura para tal ousadia, mas o que quero dizer é que no mínimo, a filosofia do pilar fundamental das religiões modernas, que pregam com tanto fervor o salvacionismo talvez possa ser potencialmente questionável.

O que querem dizer afinal, com o fato de que o homem nasceu fruto de um pecado mortal, necessita, desde o momento em que é um embrião, ser salvo? É como uma afirmação quase sacramentada de que, no momento da criação, Deus desejou o pecado.

Não seria mais lógico, estando em um mundo onde coisas possam ser realizadas e construídas, que o homem nasce para construir e ser como uma espécie de criador?

L. Damasio

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