quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Put on a happy face



Desengavetando textinhos...

Não é que eu não goste de sorrir pela manhã. Eu até sorrio. Na maioria das vezes quando estou sozinho. Saudar o dia com um gesto de beleza é algo tão particular que prefiro guardar em segredo. Como uma oração ou tudo o mais que é particular e requisite pudor.

“Mas sorrisos devem ser distribuídos de graça. Quanto mais, melhor”. Por quê? Só eu sei o preço que pago por cada sorriso meu. Só eu sei qual o valor de mostrar os meus dentes e expor um retrato das minhas confusões internas. Tem uma frase de um autor do qual não me lembro o nome que diz “Desculpa não poder desperdiçar sorrisos, eles têm me custado muito caro”.

Mas se há economia de um lado, há também um preço a ser pago de outro por escolhas assim. Hoje carrego um rótulo de identificação que diz “mal-humorado até umas dez da manhã”. Não tem importância. Faço até graça. Rótulos fazem parte dos recursos que as pessoas usam para dizer como entendem você. É algo que está fora e não dentro e, por consequência, transitório. E é engraçado sim.

Não que eu tenha hora definida para sorrir. Mas prefiro que seja espontâneo e que de fato represente um sentimento autêntico. Reparei que sinto mais remorso por um sorriso dado de conveniência do que por um escondido pelo silêncio contemplativo.

Eu me pergunto se é assim mesmo, mas até agora eu não achei um certo ou errado. Mas o fato é que estou mesmo parando de me incomodar.

Esquisito? Singular.
Antipático? Preguiçoso.
Triste? Introspectivo.
Ranzinza? Só até as dez da manhã.

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