quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ele & Ela – Parte II.


Ele & Ela – Parte II.

Em uma conversa a Distancia.

Ela – Oi.
Ele – Oi.
Ela – Tudo bem?
Ele – Tudo e você?
Ela – Sim, estou bem.
Ele – Que bom, fico feliz que esteja bem.
Ela – Você não me liga.
Ele – Você também não.
Ela – Mas você vai ficar esperando eu te ligar, para ligar pra mim?
Ele – Não, mas você sabe meu telefone.
Ela – Mas você também sabe o meu.
(Pausa)
(Mais Pausa)
Ele – E como estão as coisas?
Ela – Tudo na mesma, e você?
Ele – Tudo tranquilo.
Ela – Tá chovendo ai?
Ele – Não, mas acho que vai chover sim.
Ela – Tomara que chova esta muito calor.
Ele – Verdade.
(Pausa Constrangedora)
(Ambos pensam no que falar só não se permitem falar aquilo que desejam)
Ela – Eu vou indo então.
Ele – Tá bom.
Ela – Eu sinto sua falta.
Ele – Eu também.
Ela – Eu te amo.
Ele – Eu também.
(Ambos passam a noite pensando) Ela sente minha falta, e disse que me ama – Ele sente minha falta e disse que me ama.
O universo conspira com a língua portuguesa para que as palavras desnecessárias sejam economizadas, porque ir direto ao assunto é tão mais gostoso.

Em uma discussão que não levará a lugar nenhum.

Ele – Porque você esta chorando?
Ela – Por nada.
Ele – Mas ninguém chora por nada.
Ela – Não quero falar sobre o passado.
Ele – Passado? Mas porque chorar pelo passado?
(Homens geralmente esquecem que mulheres possuem memoria de elefante, principalmente se foram magoadas).
Ela – Pra você é fácil falar.
Ele – Mas meu amor, prometemos que esqueceríamos tudo.
Ela – Mas como posso esquecer tudo? Como se faz isso?
Ele – Eu não sei aquilo que não me agrada eu simplesmente esqueço e pronto.
Ela – Pra vocês homens é tudo muito fácil, esquecem e pronto.
Ele – Não entendo porque pra vocês mulheres é tão difícil.
Ela – Porque temos sentimentos.
Ele – Esta dizendo que homens não possuem sentimentos?
Ela – Não distorça o que digo, nos mulheres sofremos mais, sofremos por coisas que vocês nem imaginam.
Ele – Tudo bem, não quero discutir com você, só falei a verdade, não consigo entender.
Ela – O que tem na sacola?
Ele – É um vinho.
Ela – Vinho? Mas você chegou da rua agora, onde arrumou uma garrafa de vinho?
Ele – Passei no mercado e trouxe pra gente.
Ela – Por quê? Vai comemorar algo?
Ele – Não, só queria beber com você, ouvir uma musica, sei lá.
Ela – Estranho nunca me trouxe vinho.
Ele – Eu sei, mas quero fazer coisas diferentes com você.
Ela – Por quê?
Ele – Hora, porque te amo, porque te acho uma mulher linda. Falamos a tarde por telefone e te senti meio pra baixo, ai resolvi trazer o vinho pra gente beber junto pra você se animar.
Ela – Pena que não temos taças de vinho, mas acho que tem uns copos legais aqui, vou procurar na cozinha.
Ele – (Com cara de quem caiu da mudança no meio do matagal)
Ela – Achei, esse jogo de copos ganhamos no dia do casamento.
Ele – Nossa e nunca usamos?
Ela – Não, vamos inaugurar com o vinho.
Ele – Nossa, lembrei-me do nosso casamento agora.
Ela – Então esquece.
Ele – Por quê?
Ela – Porque vamos tomar vinho e dançar.
Ele – Mas nosso casamento faz parte de nosso passado.
Ela – Eu sei, mas quem aqui quer falar de passado?
(Homens tratar sua mulher de maneira diferente, e ter sempre palavras de carinho juntamente com uma excelente noite romântica, pode dispensar qualquer terapia de casal).

Após o sexo.

Ela – (Olhando para o teto e pensando)
Ele – (Arfando com um sorriso no rosto)
Ela – Você já pensou em apimentar nossa relação?
Ele – (Com uma pulga do tamanho de uma melancia atrás da orelha). Você acha que o sexo entre nós está ruim?
Ela – Não meu amor. Só estou dizendo que poderíamos fazer algo para apimenta-lo.
Ele – Algo como o que?
Ela – Sei lá, você podia usar um uniforme, sabia que mulheres gostam de uniforme?
Ele – Homens também gostam de uniforme.
Ela – Você nunca me pediu.
Ele – Sei lá, fico meio sem grassa de pedir essas coisas.
Ela – Qual seu uniforme preferido?
Ele – Bom, gosto de alguns. Enfermeira é legal, aquelas sainhas de colegiais Americanas, tem também aquele de empregadas domesticas curtinho sabe?
Ela – Onde você anda vendo essas coisas?
Ele – Em lugar nenhum meu amor. Só estou comentando.
Ela – mas ninguém comenta algo que não viu você não anda vendo aqueles filmes escrotos né?
Ele – Que filmes meu amor? Até nas novelas vemos isso hoje em dia.
Ela – Sim, mas você não vê novela.
Ele – Eu posso me fantasiar de Super-herói pra você, que tal o Batman? Sempre gostei daquela fantasia de couro.
Ela – Não, não gosto de Super-heróis, prefiro uniforme de bombeiro, marinheiro, talvez uma algema, você poderia me amarrar um dia. Também gosto de uniformes do exercito, deixam a bunda redondinha.
Ele – Como assim bunda redondinha, você anda olhando bundas de soldados por ai?
Ela – Imagina meu amor, isso tem em qualquer filme de guerra.
Ele – Sim, mas você não gosta desse tipo de filme.
Ela – Tá bom, mas vamos ou não usar fantasias?
Ele – Não sei, francamente não vou me vestir de soldado só pra ficar com a bunda redonda.
Ela – Pensando bem, esse negócio de uniforme de enfermeira não vai dar certo tenho horror a hospital.
Ele – (Silêncio)
Ela – (Silêncio)
Ele – Acho que esse lance de apimentar vai ser complicado.
Ela – Amor esse assunto todo me deixou meio sem sono.
Ele – Eu também.
Ela – Vem mais pra cá, fica pertinho.
Ele – (Abraça-a)
Ela – Me dá um beijo.
Ele – (Dá um beijo que a faz perder o folego)
(Se Amam)

(Fica a dica, Apimente sua vida, com ou sem fantasia, O que vale é manter sempre aceso o desejo por quem você ama, pimenta melhor que essa não existe, e sem essa pimenta não tem fantasia que dê jeito).

P. J. 

Um comentário:

Micaella disse...

Digno de Nelson Rodrigues e Arnaldo Jabor, beijo meu anjo.