E
se fosse verdade?
Imagine por um momento que está vivendo os últimos
dias de sua vida.
Imagine por um momento que as centenas de livros
escritos sobre as Profecias Maias estão coretos.
Imagine que as imagens cheias de efeitos especiais
do filme 2012, acontecerão ao vivo e a cores.
Imaginou?
E se fosse verdade?
Essa não é uma daquelas perguntas do tipo "Quem você
levaria para uma ilha deserta, ou com quem passaria seus últimos momentos?". Estamos
falando do fim das coisas e do mundo como o conhecemos e não das suas
preferencias de companhia.
É praxe humana fazer dezenas de promessas no fim do
ano.
Emagrecer – mudar de emprego – parar de fumar –
viver um grande amor – dedicar mais tempo a família – viajar – fazer exercícios
– repensar seus valores – pular três ondas – comer lentilhas – fazer promessas
ao seu santo preferido e vestir a calcinha ou cueca da cor que corresponde ao
que deseja obter no próximo ano.
Seja dinheiro, amor, saúde ou prosperidade.
Porém caso você não cumpra suas promessas, existirá
sempre o próximo ano, o próximo panetone e a próxima queima de fogos.
Mas e se fosse verdade?
Se suas próximas promessas não tivessem mais um ano
para serem cumpridas?
Livros já foram escritos sobre pessoas com doenças
terminais. Nesses livros, essas pessoas tentam mostrar para onde direcionaram seu
foco depois de descobrirem que restava pouco tempo.
A família para a qual a atenção sempre ficou em
segundo plano.
O filho que você não viu crescer.
Aquele amor pelo qual você não lutou.
A profissão dos sonhos que você não exerceu.
Os amigos dos quais esqueceu e avida que foi
desejada, mas não vivida.
Mas e se fosse verdade?
E se... As inundações chegarem? A calota polar
derreter em um só dia?
E se... A chuva for acida e bolas de fogo cruzarem
os céus?
E se... Os anjos tocarem suas trombetas?
E se... Os cavaleiros do apocalipse descerem a
galope para cumprir seu papel final?
A verdade é que ninguém saberia responder a isso.
A verdade é que não sabemos a verdade, somos
espectadores de especulações e teorias, algumas absurdas outras nem tanto.
Afinal estamos sim destruindo dia após dia o nosso
habitat.
Mas não quero entrar em discussões verdes e sustentáveis.
Quero apenas saber... E se fosse verdade?
Como pobres mortais, apenas vivemos nossas vidas. Podemos
imaginar que somos detentores de conhecimentos fantásticos, mas em verdade
sabemos mais sobre a lua do que sobre nós mesmos.
Somos conhecedores e intelectuais do fora, dos
outros – Mas conhecemos pouco do dentro e do eu.
A grande verdadeira e monstruosa verdade, é que
podemos partir amanhã, podemos não dividir a próxima ceia.
Podemos não viver com intensidade esses dois dias
maravilhosos. Esses dias onde nos lembramos do amor, do natal, do nascimento
daquele que é chamado filho do homem, desse dia propicio a confraternização.
Podemos não viver com intensidade esses dias
maravilhosos. Esses dias onde cada queima de fogos representa uma nova
oportunidade, um novo começo, onde os sonhos se realizam e promessas são
feitas.
São dois dias onde o mundo se transforma. Famintos
são alimentados, orfanatos são visitados, asilos recebem festas, e até os
trocados para os mendigos são substanciosos.
Crianças são mais crianças, abraços são trocados e
todos são convidados a deixarem suas desavenças de lado.
Parece-me que o mundo respira em outro tom.
Os presentes, os amigos secretos, os churrascos, as
bebidas e as comidas. Tudo invoca alegria e fraternidade.
Os sorrisos são mais fáceis, as gentilezas mais
verdadeiras e um êxtase de bondade toma conta dos corações. E veja você... Tudo
isso em uma única noite.
Porém se tirarmos um dia para o natal e um dia para
a chegada do novo ano, ainda nos restará 363 dias.
A proposta é simples.
Faça de sua vida um eterno natal, e ano novo todos
os dias.
Que essa bondade, esse espirito fraternal não
desapareça assim como os panetones desaparecem das prateleiras dos mercados.
Que seu amor e seu perdão para o próximo não tenha
data para acontecer.
Que sua família tenha a atenção que merece o ano
inteiro.
Que você tenha coragem de lutar pelo amor que
deseja, pela vida que almeja e pelo mundo com o qual sonha.
Que o ano novo venha sim, com muito dinheiro no
bolso e saúde pra dar e vender.
Mas trate seu dinheiro com cautela, pois ele pode
acabar e é sempre mais fácil gastar do que ganhá-lo.
Saúde pra dar e vender também é excelente, mas cuide
da sua, pois saúde não cai do céu, nem encontramos um pacotinho cheio dela no
pé da arvore de natal.
Viva seu natal, viva seu ano novo.
Afinal, E se fosse verdade?
Francamente não sabemos, mas sabemos de uma coisa.
Se não for verdade agora, será verdade um dia.
O fim chegará um dia para o mundo ou para você.
P. J.
2 comentários:
Muito bom!!
E quando o fim do mundo, ou o fim da vida chegar que eu tenha a certeza de ter feito valer a pena.
Que não chegue ao fim com o sentimento de que na verdade não vivi.
Afinal nem sempre viver é estar vivo.
Beijo Anjo.
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