domingo, 9 de dezembro de 2012

E se fosse verdade?



E se fosse verdade?

Imagine por um momento que está vivendo os últimos dias de sua vida.
Imagine por um momento que as centenas de livros escritos sobre as Profecias Maias estão coretos.
Imagine que as imagens cheias de efeitos especiais do filme 2012, acontecerão ao vivo e a cores.
Imaginou?
E se fosse verdade?
Essa não é uma daquelas perguntas do tipo "Quem você levaria para uma ilha deserta, ou com quem passaria seus últimos momentos?". Estamos falando do fim das coisas e do mundo como o conhecemos e não das suas preferencias de companhia.
É praxe humana fazer dezenas de promessas no fim do ano.
Emagrecer – mudar de emprego – parar de fumar – viver um grande amor – dedicar mais tempo a família – viajar – fazer exercícios – repensar seus valores – pular três ondas – comer lentilhas – fazer promessas ao seu santo preferido e vestir a calcinha ou cueca da cor que corresponde ao que deseja obter no próximo ano.
Seja dinheiro, amor, saúde ou prosperidade.
Porém caso você não cumpra suas promessas, existirá sempre o próximo ano, o próximo panetone e a próxima queima de fogos.
Mas e se fosse verdade?
Se suas próximas promessas não tivessem mais um ano para serem cumpridas?
Livros já foram escritos sobre pessoas com doenças terminais. Nesses livros, essas pessoas tentam mostrar para onde direcionaram seu foco depois de descobrirem que restava pouco tempo.
A família para a qual a atenção sempre ficou em segundo plano.
O filho que você não viu crescer.
Aquele amor pelo qual você não lutou.
A profissão dos sonhos que você não exerceu.
Os amigos dos quais esqueceu e avida que foi desejada, mas não vivida.
Mas e se fosse verdade?
E se... As inundações chegarem? A calota polar derreter em um só dia?
E se... A chuva for acida e bolas de fogo cruzarem os céus?
E se... Os anjos tocarem suas trombetas?
E se... Os cavaleiros do apocalipse descerem a galope para cumprir seu papel final?
A verdade é que ninguém saberia responder a isso.
A verdade é que não sabemos a verdade, somos espectadores de especulações e teorias, algumas absurdas outras nem tanto.
Afinal estamos sim destruindo dia após dia o nosso habitat.
Mas não quero entrar em discussões verdes e sustentáveis.
Quero apenas saber... E se fosse verdade?
Como pobres mortais, apenas vivemos nossas vidas. Podemos imaginar que somos detentores de conhecimentos fantásticos, mas em verdade sabemos mais sobre a lua do que sobre nós mesmos.
Somos conhecedores e intelectuais do fora, dos outros – Mas conhecemos pouco do dentro e do eu.
A grande verdadeira e monstruosa verdade, é que podemos partir amanhã, podemos não dividir a próxima ceia.
Podemos não viver com intensidade esses dois dias maravilhosos. Esses dias onde nos lembramos do amor, do natal, do nascimento daquele que é chamado filho do homem, desse dia propicio a confraternização.
Podemos não viver com intensidade esses dias maravilhosos. Esses dias onde cada queima de fogos representa uma nova oportunidade, um novo começo, onde os sonhos se realizam e promessas são feitas.
São dois dias onde o mundo se transforma. Famintos são alimentados, orfanatos são visitados, asilos recebem festas, e até os trocados para os mendigos são substanciosos.
Crianças são mais crianças, abraços são trocados e todos são convidados a deixarem suas desavenças de lado.
Parece-me que o mundo respira em outro tom.
Os presentes, os amigos secretos, os churrascos, as bebidas e as comidas. Tudo invoca alegria e fraternidade.
Os sorrisos são mais fáceis, as gentilezas mais verdadeiras e um êxtase de bondade toma conta dos corações. E veja você... Tudo isso em uma única noite.
Porém se tirarmos um dia para o natal e um dia para a chegada do novo ano, ainda nos restará 363 dias.
A proposta é simples.
Faça de sua vida um eterno natal, e ano novo todos os dias.
Que essa bondade, esse espirito fraternal não desapareça assim como os panetones desaparecem das prateleiras dos mercados.
Que seu amor e seu perdão para o próximo não tenha data para acontecer.
Que sua família tenha a atenção que merece o ano inteiro.
Que você tenha coragem de lutar pelo amor que deseja, pela vida que almeja e pelo mundo com o qual sonha.
Que o ano novo venha sim, com muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender.
Mas trate seu dinheiro com cautela, pois ele pode acabar e é sempre mais fácil gastar do que ganhá-lo.
Saúde pra dar e vender também é excelente, mas cuide da sua, pois saúde não cai do céu, nem encontramos um pacotinho cheio dela no pé da arvore de natal.
Viva seu natal, viva seu ano novo.
Afinal, E se fosse verdade?
Francamente não sabemos, mas sabemos de uma coisa.
Se não for verdade agora, será verdade um dia.
O fim chegará um dia para o mundo ou para você.

P. J.  

2 comentários:

L. Damasio disse...

Muito bom!!

Micaella disse...

E quando o fim do mundo, ou o fim da vida chegar que eu tenha a certeza de ter feito valer a pena.
Que não chegue ao fim com o sentimento de que na verdade não vivi.
Afinal nem sempre viver é estar vivo.
Beijo Anjo.