Essa é a lição de hoje. E de sempre, eu acho. Quando vi essa cena pela primeira vez, pensei "é só uma cena de filme". Mas depois de ler, estudar, conversar com escritores e fazer alguns cursos de escrita, cai na real que não é só uma cena de filme. É a demonstração de uma técnica funcional e muito interessante. "Escreva com o coração. Depois, reescreva com o cérebro". Finding Forrester. Grande filme! Está entre os meus favoritos.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Era uma Vez...
Logo percebi que era uma vez remetia muito ao
passado logo no inicio, uma vez, que era uma vez...
Fiquei confuso quanto ao inicio, mas já tinha bolado
um grande final – E eles viveram felizes para sempre.
Logo percebi que para sempre é muito tempo, na
verdade nem mesmo existe dentro dos termos de nossa parca compreensão.
Fiquei confuso com o fim, mas já tinha bolado um
meio excelente – Ele era um herói de seu tempo, um fidalgo, quase um Quixote,
uma espécie de Super-Homem.
Logo percebi que os heróis ultimamente não são
unanimidade, percebi quer ser herói nos dias atuais é basicamente fazer a coisa
certa, pois fazer essa tal coisa certa como simplesmente devolver uma carteira
que não é sua, com dinheiro e documentos que não lhe pertencem podem leva-lo a
primeira pagina.
Fiquei confuso com o meio, mas tinha umas rimas
legais – Rua rimava com lua, Dor rimava com amor e tinha espaço para Flor,
Sofrer rimava com Viver, mas Cantar rimava com Amar e Desejo rimava com Beijo.
Tentei rimar Sonhar com Realizar, mas logo percebi a distância entre ambos.
Logo percebi que boas rimas não fazem bons contos e
que poesia precisa de mais alma do que de letras. E foi assim, sem começo meio
ou fim que descobri que nada tinha a contar, mas a musica que tocava em meus
ouvidos era boa – Os instrumentos de sopro se harmonizavam com os metais e
tinha um piano ao final que consagrava um solo desses que nos fazem viajar e
desejar ouvir a canção novamente, mas e se nem todos gostassem do som de
pianos?
Fiquei confuso sobre pessoas que não gostam do som de
piano, mas cá entre nós existem pessoas que não gostam nem delas mesmas, me
preocupei com o piano ao fundo, mas existiam outros instrumentos. Falando em
instrumentos, acredito que Deus criou o mundo com musica.
Se prestarmos bem atenção podemos ouvir seus acordes
enquanto ondas arrebentam no mar, apurando um pouco mais os ouvidos, podemos
ouvir canções inteiras no farfalhar das árvores e no canto dos pássaros.
Acredito que somos notas musicais, compomos uma orquestra. É comum sairmos do
compasso e levamos anos afinando nossos instrumentos, mas quando conseguimos
tocar em harmonia o mundo soa melhor.
Fiquei confuso sobre pessoas que não gostavam de
musica, mas minha história também falava de dança. Tinha dança que se dançava
só, tinha dança pra dançar abraçado com quem se ama e tinha aquela dança louca
que desejamos fazer quando estamos na chuva.
Logo percebi que minha história não serviria para
dias de tempestade, pois existem os raios e existem pessoas que têm medo deles.
Pensei em colocar na história uma chuva artificial – Seria uma espécie de banho
de mangueira com um sorriso nos lábios.
Fico confuso com pessoas que não riem uma vez por
dia, seja o riso solto, seja o riso de si mesmo ou até mesmo o riso da tristeza
resignada.
Pensei em escrever sobre mim mesmo, mas logo percebi
que milhares de pessoas já fazem isso diariamente nas redes sociais.
Fiquei confuso sobre a necessidade de exposição,
opinião, ódio e pontos de vistas nem sempre bem fundamentados.
Entendi que o ideal seria escrever uma bela história
sobre o inicio de tudo, mas logo percebi que isso aqui ta uma bagunça, o Big
Bang pode ser extinto depois do estudo do Quasar, Adão e Eva tornaram-se simplistas
demais e Deus continua com seu sorriso no rosto aguardando a próxima sacada
genial da humanidade para explicar a si mesma.
Fiquei confuso sobre pessoas que não entendem a si
mesmas, mas desejam explicar o universo e a existência de tudo, são parecidos
com aqueles parentes que você vê de vez em quando e que não são exemplos de
muita coisa, mas possuem excelentes conselhos e soluções para sua vida.
Eu queria te contar uma história, tinha bolado um enredo
e até construí dois ou três personagens, fiz uma estrutura funcional dos
acontecimentos, mas lembrei-me da vida e de sua falta de estrutura total,
lembrei que existem sim coisas programadas, porém em sua grande maioria essa
coisa chamada vida chega pra nós ao sabor dos ventos.
Mudei o final, abandonei o meio e esqueci as boas
rimas, mas sobrou uma frase que me seduzia, e sendo assim consegui finalmente
escrever algo fabuloso. Segue o texto na integra logo abaixo:
Não era uma vez, mas era um dia. Ele ousava ser o
que quisesse para viver e assim quem sabe ser feliz para sempre. FIM.
P. J.
domingo, 8 de janeiro de 2017
O Principio e o Fim.
No principio, criou Deus os céus e a terra. A terra,
porém, estava sem forma e vazia;
Havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de
Deus pairava por sobre as águas.
Disse Deus: Haja luz; e ouve luz.
Foi nesse momento, que todos apertaram a tecla Power
de seus televisores.
Esse foi o principio da guerra pela audiência.
Valia tudo. Explorar a miséria alheia, reformar
casas, mandar aqueles que fizeram o êxodo de volta pra sua terra, trancar
personagens conhecidos ou não em uma casa e deixar o circo pegar fogo, visitar
a casa de famosos e conversar por meia hora sobre a qualidade do mármore ou a
altura do pé direito da mansão.
Tinha guerra de povão, popozudas, dinheiro na cueca
ou na meia, tragédias de todo tipo e brigas entre emissoras.
O mesmo veiculo que fingia informar ajudava a
desinformar.
Tinha o marketing do fique mais bonito dentro
daquele carro, fique mais leve comendo este ou aquele produto, compre já este equipamento
inútil que mudará para sempre a sua vida e frequente lugares de gente bonita
(Particularmente nunca entendi isso, gente feia não entra? E se não entra quais
são os critérios utilizados?)
A coisa chegou a tal ponto que as pessoas passavam
horas em frente deste aparelho fantástico chamado televisão.
Deus estava enfurecido.
Mas a gota d’água foi quando os anjos lhe contaram
que Diabo ou Satanás, como queiram, havia inventado o controle remoto.
Deus, agora muito bravo resolveu mandar todos para
um jardim, e disse: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore
do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela
comeres, certamente morrerás.
O Diabo, Satanás ou a Serpente como queiram, que a
tudo observava com sagacidade, veio ter com os homens, e lhes perguntou:
Quereis ser como Deus?
É claro que todos toparam na hora.
E a Serpente, Diabo, Satanás etc... Etc...
Levou todos para comer do fruto proibido chamado
computador.
Esse foi o inicio da vida virtual, em pouco tempo
todos tinham blogs, twitter, instagram e facebook.
Todos tinham perfis descolados, e davam o seu melhor
nas redes.
Mas eis que veio a pirataria, a pedofilia, a
pornografia e era tanta coisa terminando em “ia”, que Deus resolveu acabar com
a farra.
Deus expulsou todo mundo do paraíso por falta de
comunicação, ninguém se falava mais, estavam ocupados demais postando,
compartilhando, curtindo e dando uma espiada na vida alheia.
Deus fez um backup do lugar, baixou um antivírus e
colocou senha nos arquivos.
Disse deus: No suor de teu rosto comerás o teu pão,
até que tornes a terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó
tornarás.
Essas palavras foram duras, uma vez que fora do
jardim a taxa de desemprego não parava de subir e voltar ao pó era um problema,
pois os planos funerários custavam um absurdo.
O primeiro homicídio aconteceu junto com o segundo,
terceiro, quarto e por ai vai.
Como todo mundo sabe Deus é brasileiro e o jardim
ficava no eixo Rio São Paulo, por tanto, balas perdidas, traficantes brigando
pelo controle dos morros e assaltos à mão armada eram comuns.
Deus viu tanta coisa errada que não teve alternativa
decidiu que iria por um fim aquilo tudo.
Chamou Deus Noé, um Pernambucano arretado. (Até hoje
se especula, se o mesmo era ancestral de Noel Rosa).
Disse Deus: Noé construa uma arca gigante, mas não
lhe coloque o nome de Titanic, no futuro saberás o porquê.
E Noé com sua família se puseram a construir a arca.
Construir a arca para Noé e sua família que eram
movidos à rapadura, farinha e buchada foi moleza o problema era colocar um
casal de cada espécie na arca.
Uma das filhas de Noé passou dias procurando um
casal de lagartas, quando finalmente conseguiu encontra-las elas viraram
borboletas.
Um dos filhos teve sérios problemas psiquiátricos,
pois todas as vezes que tentava capturar um casal de Serpentes lembrava-se da
tal Serpente do Paraíso e precisou de meses e meses de análise.
Depois de muito sofrimento e muita perseguição a
arca e os animais estavam prontos.
Deus então fez chover por quarenta dias e quarenta
noites. (Algo muito parecido com alguns meses em São Paulo).
Depois de quarenta dias Noé soltou uma pomba, mas
ela voltou.
Depois de mais alguns dias Noé soltou novamente a
pomba, mas ela regressou novamente.
Esperou Noé mais alguns dias e novamente soltou a
pomba, e desta vez ela não voltou. -- Diacho de pomba esperta - Pensou Noé. Deve
ter achado alguma catedral ou museu e fez um ninho.
Esse foi o inicio de uma nova era e o fim do
dilúvio.
O problema é que depois de descer da arca os homens
se multiplicaram, o que era bom aos olhos de Deus.
Deus só não esperava que eles fossem construir uma
torre com o intuito de chegar até os céus.
Deus resolveu que aquilo já era demais e sabedor de
todas as coisas, sabia que todos ali falavam a mesma língua. Resolveu Deus
então fazer com que falassem línguas diferentes e tal torre jamais foi
concluída, pois os homens simplesmente não entendiam uns aos outros.
Satanás, Diabo, Serpente, Belzebu etc. etc. etc. Aproveitando
o nicho do mercado e investiu em diversas escolas de idiomas.
Desde que tudo começou sempre foi assim. Deus
conserta e constrói o Demônio vai lá e estraga e destrói (Ou Não).
Os planos de Deus no momento são mandar seus santos
anjos tocarem suas santas trombetas do apocalipse e acabar com tudo de vez. Mais
uma vez.
Mas eu penso que talvez nem tudo seja plano de Deus
ou culpa do Tinhoso.
Talvez e apenas talvez tudo que conquistamos de bom
nesta terra seja fruto como disse o próprio Deus; Do suor de nosso rosto.
Talvez quando defendemos os indefesos a luz de Deus
brilhe mais forte sobre nós.
Talvez quando abraçamos nossos irmãos e lhe damos
conforto nas horas difíceis Deus sorri lá de cima.
Mas talvez quando damos as costas a quem precisa uma
trombeta seja tocada.
Quando nossa preocupação é sobre ter e não ser,
talvez um cavaleiro do apocalipse saia a galope.
Isso tudo é só um monte de talvez.
Mas tenho certeza de que Deus não deixou seus anjos
tocarem as trombetas porque acredita em cada um de nós.
Porque espera que tomemos juízo. Espera que nos
amemos e nos tornemos cegos às diferenças que ele mesmo criou.
Pois eu e você podemos colocar nossas mãos juntas ou
separadas para fazer e causar bem e mal, construir ou destruir.
Talvez às vezes as escolhas sejam mais minhas e suas
do que de Deus ou do Diabo.
Pense nisso. Talvez um dia venha a surgir um novo
céu e uma nova terra, um novo paraíso, mas como não fazemos à mínima ideia de
quando isso ocorrerá porque não cuidarmos do que temos aqui e agora?
Acreditamos no Bem porque conhecemos o mal, e
devemos saber que ambos habitam juntos em nosso peito.
P.J.
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
Das pequenas loucuras diárias
Ele olhou novamente para o erro na tela do computador “seu e-mail não pode ser enviado agora. Por favor, tente mais tarde”.
Ele para, olha por alguns segundos e pensa se isso é um sinal de sorte ou azar. Lera em alguns livros no passado que os sinais são uma linguagem oculta que nos aponta o caminho certo a seguir, no momento certo. Talvez algum sinal aqui esteja dizendo que o e-mail não deve ser enviado. Não é o momento ou a hora certa de acontecer.
“Mas e se for apenas um erro estúpido da internet?”. E ele tenta mais uma vez.
Erro novamente.
“Devo tentar mais?”.
Ele se lembra de um vídeo que viu onde uma moça, muito mais nova que ele, e que conquistou muitas coisas diz que devemos insistir em nossos objetivos, caso contrário, nunca conseguiremos nada.
A seta do mouse desliza pelo monitor com a mesma incerteza da mão que o guia. “Enviar” disse o clique.
O monitor não aliviou: “Serviço temporariamente indisponível. Por favor, tente mais tarde.”.
Será um sinal? Devo desistir agora e não tentar mais hoje? Essa semana? Talvez no mês que vem?
Isso pode ser uma oportunidade de reavaliar o texto. Quem sabe mudar a abordagem. Pela milésima vez ele coloca-se no lugar do destinatário. Imagina sua reação ao ler a mensagem. Quais serão seus pensamentos? Qual será sua resposta? Terá uma resposta?
Talvez ele não esteja em um bom dia e os sinais estejam dizendo para que a mensagem seja encaminhada outro dia.
Será a melhor decisão?
O sentimento de covardia é tão grande quando a ideia de desistir sorri realizada!
“Arriscarei uma vez mais” ele pensa.
“Enviar” repete o clique na tela.
“Sua mensagem foi enviada com sucesso”.
Vitória!
Será?
Ele fica observando a tela do computador. “Talvez tivesse sido melhor esperar” pondera. A incerteza lhe dá boas vindas, tal como uma lembrança ruim. “Acho que não. A hora era agora. A hora sempre é agora!” repete para si mesmo como se invocasse o mantra de um desses livros de autoajuda.
Convencido de que agiu certo, convicto de que o passo foi esse, ele resolve checar sua caixa de entrada antes de desligar o computador.
Uma mensagem acaba de chegar.
Ele clica e lê “Sua mensagem não pode ser entregue. A caixa de entrada do destinatário está cheia”.
Uma mensagem acaba de chegar.
Ele clica e lê “Sua mensagem não pode ser entregue. A caixa de entrada do destinatário está cheia”.
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