Antes
da leitura, uma pequena pesquisa social.
Você
não sabia dividir brinquedos?
Você
tinha ciúmes de seus irmãos e irmãs mais novos?
Você se
apaixonou perdidamente pela sua professora ou professor na 5° série?
Você amarrou
uma toalha no pescoço, e fingiu que ela era uma capa e você um super-herói?
Você dormiu
numa beliche e forrou a lateral imaginando que estava em uma cabana?
Você golpeou
as plantas de sua mãe com um cabo de vassoura, enquanto fingia usar uma espada
mágica que destruía monstros?
Você gastou
tempo e uma pequena fortuna com álbuns de figurinhas que nunca ficaram
completos?
Você achou que
sabia tudo aos 16 anos, e resolveu desafiar seus pais e o mundo?
Você mentiu
para namorar as escondidas?
Você deu
importância a coisas que na verdade não tinham importância alguma?
Caso tenha
respondido sim para a maioria das perguntas ou todas elas, acredite você é
normal.
Pelo menos
normal dentro dos padrões exigidos e pregados pela sociedade.
Normal de uma
forma que talvez estejamos aprendendo a não sê-lo.
Normal de um
jeito que só pode ser quem tem defeitos e comete pecados. Não falo de pecados
capitais e muito menos de pecados que precisem de absolvição.
Falo de
pecadilhos e defeitos que constroem aquilo que somos.
Existe em
nossa cultura certa sede de padrões, cartilhas e passos para tudo e todos.
Existe um
tamanho de bunda ideal, um tamanho de peito aceitável e corpos que precisam
encaixar-se em certos moldes, de preferência com uma barriga tanquinho, e, é
claro existe a busca pelo sucesso, seja lá qual for a sua denominação de
sucesso.
Existem
lugares frequentados por gente “Bonita”.
O Chá Detox da
moda e a moda do supérfluo.
Em algum lugar
da caminhada esquecemos o quanto é maravilhoso ser único, esquecemos que temos
um jeito próprio de fazer as coisas e até mesmo de fazê-las de maneira errada.
Somos frutos
de uma evolução que leva tempo.
Do primeiro choro até o túmulo uma quantidade
absurda de erros, defeitos, tropeços e escolhas fracassadas é o que
realmente deixará de ser esboço para torna-se aquilo que chamamos de vida.
Essa coisa de
vida pronta, receitas prontas e passo a passo que leva todos ao mesmo lugar ou
as mesmas conquistas é a maior estupidez de nosso século.
Eu gosto de
saber que Einstein não era nenhum gênio na escola.
Que Lincoln
não era um advogado brilhante.
Que a família Armstrong
partiu da Escócia condenada à morte pela forca, mas foi Neil Armstrong que
rumando em caravelas com destino a América dos sonhos livres embarcou
em outra caravela, e em 20 de julho de 1969 foi o primeiro homem a pisar na
lua.
Um sujeito que
fora expulso da pensão onde morava, e viu-se forçado a morar no escritório onde
trabalhava tinha como companhia apenas os ratos que eram atraídos por restos de
comida, porém foi com seu pensamento criativo, observador e obstinado que ele
deu vida ao rato mais famoso do mundo, sua criação chamava-se Mickey Mouse e
seu criador era Walt Disney.
Os homens que
criaram, escreveram os rumos da história, pintaram, descobriram e inventaram
eram sábios e visionários a sua maneira, porém quando o assunto era futuro e fracasso eles
sabiam o mesmo que eu e você, ou seja, nada.
Pedir uma
opinião a terceiros é encontrar uma fila de profetas receosos sobre o que
encontrarão na próxima esquina, mas sabedores da receita da vida pronta e dos
conselhos sobre como vivê-la.
Existem debates
em aberto sobre a sexualidade, sobre a cor da pele de cada um.
Existem verdadeiras
guerras travadas entre direita e esquerda, discursões sobre o aborto e
religiões.
Existem debates
acirrados que acontecem atrás de uma tela de computador, e existe a comunicação
olho no olho que morre a cada dia.
Homofobia, Neonazismo,
Gordofobia, Amazônia, Estado Islâmico, Guerra da Síria, Refugiados, Muros entre
Fronteiras e Testes Massivos de Misseis.
Falta falar
sobre individualidade.
Falta debater
a liberdade, mas não a liberdade bonita escrita num papel e impraticada na vida
real.
Falta falar
sobre valores que nos definem com pecados e diferenças, mas não como manada ou
gado que precisa viver no mesmo pasto e comer a mesma ração.
Falta debater
a beleza de ser o que se é.
Falta debater
se tanto debate é abertura de mente ou fechamento de espirito.
Falta perguntar
se seu discurso é baseado em liberdade ou na necessidade de que
todos aceitem suas verdades e valores.
Falta entender
se o debate será de mentes livres ou de cérebros cristalizados.
Falta falar
sobre Deus, pois se ele criou todos á sua imagem e semelhança, teria ele usado
uma forma?
P. J.
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