domingo, 12 de agosto de 2018

Algumas verdades sobre algumas mentiras que te contaram.



Homens choram. Pasmem mais isso é verdade, eles apenas não assumem isso e fingem possuir o elixir que os tornam inatingíveis.
Todos, quando observam uma amarelinha desenhada na rua, acordam dentro de si o desejo de sair pulando do inferno para o céu e voltar a ser criança. Não fazemos isso porque nos disseram que somos adultos sérios e responsáveis, é por isso que o numero de amarelinhas desaparece a cada ano.
Acredite perto de você nesse exato momento existe alguém que precisa desesperadamente de um abraço, mas ele (a) não irá pedir, pois nos disseram que isso é sinônimo de fraqueza e carência.
Perguntaram-nos o que seriamos quando crescêssemos, e por algum motivo por vezes parece que os planos não deram certo.
A eminencia das segundas feiras cheias de afazeres, o desejo insaciável pelas 18:00 horas do fim do expediente marcam nosso ritmo.
Talvez seja por isso que nos irritamos quando crianças aparecem com seus sonhos infantis e seus planetas cheios de cores.
Será que essa bendita criança não percebe que o mundo é duro? Que ganhar dinheiro é um desafio constante e inadiável?
Será que esses sonhos infantis não percebem que um dia esbarrarão num muro de concreto duro, difícil de escalar e com guardas vigiando a fronteira do outro lado?
Será que crianças pequenas com sonhos grandes não percebem que nos tiram do sério?
Tiram-nos do sério justamente porque esse foi nosso sonho um dia...
... Um dia de sol qualquer.
Um dia em que confiávamos mais.
Um dia onde o cumulo da enganação era cuspir na mão para bater figurinhas.
Um dia onde cores não existiam, pois ele (a) era apenas meu amigo.
Um dia onde religiosidade não significava nada, pois papai do céu era um conceito geral e não uma ideologia sectária.
Dividir um lanche era mais importante do que dividir fronteiras.
A disputa era para saber quem deixaria primeiro de fazer xixi na cama, finalizada a disputa, era hora de brincar e sorrir por qualquer bobagem.
Todos possuem seus momentos de introspecção e solidão, o momento do espelho onde você se encontra consigo mesmo, mas nos disseram que isso pode ser sinal de loucura. Viver é um negócio pra gente descolada, sagaz e que caminha sem olhar para trás.
Disseram que o mundo adulto era feito de escolhas e certezas.
Conquistas e crescimento.
Responsabilidades e decisões.
Mas como acreditar nisso se a paz só vem com um olhar para aquela criança que acha uma bola colorida à descoberta mais importante da história?
Como viver isso se a maior conquista e desejo de uma criança num momento de frustação é o pedido de um colo e um abraço?
Esses pestinhas nem mesmo precisam de antidepressivos, basta apenas lhes fazer cocegas e lhes dizer que tudo ficará bem.
Como viver de certezas, se as criaturas mais puras desse planeta vivem num mar de dúvidas?
Disseram que você deveria saber qual é sua turma, mas lembre-se que na sua infância, sua turma era qualquer garoto com uma bola, qualquer menina que desejasse apostar corrida, qualquer igual que possuísse as mesmas convicções e inocência que você.
Verdades e mentiras a parte, se puder, volte a ser criança!
Elas são mais confiáveis e conhecem o caminho do sucesso, que basicamente é um biscoito molhado no leite, bons amigos, um desenho animado, colo e carinho de mãe e um pai que tenha sérios problemas mentais e brinque com você das coisas mais loucas.
Se em meio a tudo isso rolar aquele cochilinho da tarde, ai o mundo fica perfeito.

P. J.

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