Homens choram. Pasmem mais isso é verdade, eles
apenas não assumem isso e fingem possuir o elixir que os tornam inatingíveis.
Todos, quando observam uma amarelinha desenhada na
rua, acordam dentro de si o desejo de sair pulando do inferno para o céu e
voltar a ser criança. Não fazemos isso porque nos disseram que somos adultos
sérios e responsáveis, é por isso que o numero de amarelinhas desaparece a cada
ano.
Acredite perto de você nesse exato momento existe
alguém que precisa desesperadamente de um abraço, mas ele (a) não irá pedir,
pois nos disseram que isso é sinônimo de fraqueza e carência.
Perguntaram-nos o que seriamos quando crescêssemos,
e por algum motivo por vezes parece que os planos não deram certo.
A eminencia das segundas feiras cheias de afazeres,
o desejo insaciável pelas 18:00 horas do fim do expediente marcam nosso ritmo.
Talvez seja por isso que nos irritamos quando
crianças aparecem com seus sonhos infantis e seus planetas cheios de cores.
Será que essa bendita criança não percebe que o
mundo é duro? Que ganhar dinheiro é um desafio constante e inadiável?
Será que esses sonhos infantis não percebem que um
dia esbarrarão num muro de concreto duro, difícil de escalar e com guardas
vigiando a fronteira do outro lado?
Será que crianças pequenas com sonhos grandes não
percebem que nos tiram do sério?
Tiram-nos do sério justamente porque esse foi nosso
sonho um dia...
... Um dia de sol qualquer.
Um dia em que confiávamos mais.
Um dia onde o cumulo da enganação era cuspir na mão
para bater figurinhas.
Um dia onde cores não existiam, pois ele (a) era
apenas meu amigo.
Um dia onde religiosidade não significava nada, pois
papai do céu era um conceito geral e não uma ideologia sectária.
Dividir um lanche era mais importante do que dividir
fronteiras.
A disputa era para saber quem deixaria primeiro de
fazer xixi na cama, finalizada a disputa, era hora de brincar e sorrir por
qualquer bobagem.
Todos possuem seus momentos de introspecção e
solidão, o momento do espelho onde você se encontra consigo mesmo, mas nos
disseram que isso pode ser sinal de loucura. Viver é um negócio pra gente
descolada, sagaz e que caminha sem olhar para trás.
Disseram que o mundo adulto era feito de escolhas e
certezas.
Conquistas e crescimento.
Responsabilidades e decisões.
Mas como acreditar nisso se a paz só vem com um
olhar para aquela criança que acha uma bola colorida à descoberta mais
importante da história?
Como viver isso se a maior conquista e desejo de uma
criança num momento de frustação é o pedido de um colo e um abraço?
Esses pestinhas nem mesmo precisam de
antidepressivos, basta apenas lhes fazer cocegas e lhes dizer que tudo ficará
bem.
Como viver de certezas, se as criaturas mais puras
desse planeta vivem num mar de dúvidas?
Disseram que você deveria saber qual é sua turma,
mas lembre-se que na sua infância, sua turma era qualquer garoto com uma bola,
qualquer menina que desejasse apostar corrida, qualquer igual que possuísse as
mesmas convicções e inocência que você.
Verdades e mentiras a parte, se puder, volte a ser
criança!
Elas são mais confiáveis e conhecem o caminho do
sucesso, que basicamente é um biscoito molhado no leite, bons amigos, um
desenho animado, colo e carinho de mãe e um pai que tenha sérios problemas
mentais e brinque com você das coisas mais loucas.
Se em meio a tudo isso rolar aquele cochilinho da
tarde, ai o mundo fica perfeito.
P. J.
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