Você não sabia dividir brinquedos?
Você tinha ciúmes de seus irmãos e irmãs mais novos?
Você se apaixonou perdidamente pela sua professora
ou professor na 5° série?
Você amarrou uma toalha no pescoço, e fingiu que ela
era uma capa e você um super-herói?
Você dormiu numa beliche e forrou a lateral
imaginando que estava em uma cabana?
Você golpeou as plantas do quintal e do jardim de
sua mãe com um cabo de vassoura, enquanto fingia que o cabo de vassoura era uma
espada mágica que destruía monstros?
Você gastou tempo e uma pequena fortuna com álbuns
de figurinhas que nunca ficaram completos?
Você achou que sabia tudo aos 16 anos, e resolveu
desafiar seus pais e o mundo?
Você mentiu para não ir para a escola?
Você deu importância a coisas que na verdade não
tinham importância alguma?
Caso tenha respondido sim para a maioria das
perguntas ou todas elas, acredite você é normal.
Pelo menos normal dentro dos padrões exigidos e
pregados pela sociedade.
Normal de uma forma que um dia, tomará que você não
seja mais.
Normal de um jeito que só pode ser quem é diferente.
Não falo de diferenças sociais, da cor da sua pele, de quanto você tem na carteira ou de quem é você na fila do pão.
Não falo de diferenças sociais, da cor da sua pele, de quanto você tem na carteira ou de quem é você na fila do pão.
Falo da normalidade única, diferente, coerente e
individual que é você.
Existe em nossa cultura certa sede de padrões,
cartilhas e passos para tudo e todos.
Existe um tamanho de bunda ideal, um tamanho de
seios aceitável e corpos que precisam encaixar-se em certos moldes, de
preferência com uma barriga tanquinho, e, é claro existe a busca pelo sucesso,
seja lá qual for a sua denominação de sucesso.
Existem lugares frequentados por gente “Bonita”.
O as cores da moda e a moda do supérfluo.
Em algum lugar da caminhada esquecemos o quanto é
maravilhoso ser único, esquecemos que temos um jeito próprio de fazer as coisas
e até mesmo de fazê-las de maneira errada.
Somos frutos de uma evolução que leva tempo.
Do primeiro choro até o túmulo uma quantidade
absurda de erros, defeitos, tropeços e escolhas fracassadas é o que realmente
deixará de ser esboço para torna-se uma obra prima que chamamos de vida.
Essa coisa de vida pronta, receitas prontas e passo
a passo que leva todos ao mesmo lugar ou as mesmas conquistas é a maior
estupidez de nosso século.
Eu gosto de saber que Einstein, um dos maiores
físicos que o mundo já teve não era nenhum gênio na escola.
Que Stephen Hawking, um dos mais consagrados
cientistas e físico do século. Doutor em cosmologia, professor emérito na
Universidade de Cambridge e escritor consagrado. Fez e foi tudo isso sentado a
maior parte de sua vida em uma cadeira de rodas, se comunicando através de uma
maquina.
Que Abraham Lincoln não era um advogado brilhante,
mas foi um dos melhore presidentes dos Estados Unidos enquanto o país estava
mergulhado numa de suas maiores crises da história.
Que a família Armstrong partiu da Escócia condenada
à morte pela forca, mas foi Neil Armstrong que rumou em uma caravela com
destino a América, e de lá embarcou em um ônibus espacial, e no dia 20 de julho
de 1969 foi o primeiro homem a pisar na lua.
Um sujeito que fora expulso da pensão onde morava
por falta de dinheiro, e viu-se forçado a morar no escritório onde trabalhava,
tinha como companhia apenas os ratos que eram atraídos pelos restos de comida,
porém foi com seu pensamento criativo, observador e obstinado que ele deu vida
ao rato mais famoso do mundo, sua criação chamava-se Mickey Mouse e seu criador
era Walt Disney.
Os homens que criaram e escreveram os rumos da
história, pintaram, descobriram e inventaram, eram sábios e visionários a sua
maneira, porém quando o assunto era futuro e fracasso eles sabiam o mesmo que
eu e você sabemos, ou seja, nada.
Pedir opinião aos outros é como encontrar uma fila
de profetas que sabem tudo sobre a vida, e mesmo que não saibam como resolverem
suas próprias vidas, sabem exatamente como você deve viver a sua.
Existem debates em aberto sobre a sexualidade, sobre
a cor da pele de cada um, sobre direitos e deveres.
Existem debates acirrados que acontecem atrás de uma
tela de computador, e existe a comunicação olho no olho que morre a cada dia.
Homofobia, Neonazismo, Gordofobia, Feminicídio, Bullying,
Amazônia, Estado Islâmico, Guerra da Síria, Refugiados, Muros entre Fronteiras
e Testes Massivos de Misseis e armas nucleares.
Falta falar sobre individualidade.
Falta debater a liberdade, mas não a liberdade
bonita escrita num papel e impraticada na vida real.
Falta falar sobre valores que nos definem com
defeitos, diferenças e qualidades.
Falta debater a beleza de ser o que se é.
Falta debater se tanto debate é a abertura de nossas
mentes para novos horizontes ou fechamento de espirito para quem é diferente de
mim.
Falta perguntar se seu discurso é baseado em
liberdade ou na necessidade de que todos aceitem suas verdades e valores.
Falta entender se o debate será de mentes livres ou
de cérebros cristalizados.
Falta falar sobre respeito, pois se eu respeito
instituições, mas não respeito pessoas eu não tenho respeito, mas apenas
obediência.
Se eu respeito religiões, mas não respeito à
religiosidade do outro, a minha fé é cega.
Se eu respeito partidos políticos, mas não respeito
à democracia e a liberdade do outro, na verdade eu não entendo nada de
política.
Se eu respeito o que é igual, mas não respeito às diferenças,
na verdade eu não respeito ninguém, pois ser diferente esta na composição do
individuo que chamamos de ser humano.
Paulo Joaquim. (P.J.).
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