quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Novidades do novo mundo


Novidades do novo mundo.

Ouvi por ai que existe um novo mundo.
Até o fechamento desta edição, as informações eram difusas e desencontradas, mas me parece que as fontes são seguras.
Entre outras coisas, as fontes me disseram que o novo mundo é melhor do que o atual.
No relato que me fizeram sobre o novo mundo me disseram que não existe tanta gente reclamando de nada.
Lá as pessoas são mais comedidas e usam o bom senso para tomar suas decisões e abrirem suas bocas.
Lá existem crianças a perder de vista – E pasmem – Todas bem alimentadas e respeitadas como crianças.
Lá existem arvores centenárias e lugares exóticos, animais silvestres e pessoas sorridentes.
Uma de minhas fontes me disse com certa empolgação que com certeza é um lugar maravilhoso, um desses lugares pelo qual se vale a pena lutar.
- Veja amigo – Me disse ele mostrando as fotos que havia trazido consigo.
Olhei e vi montanhas que rasgavam o céu, lagos e cachoeiras. Vi também uma terra fértil com vários tons.
Existem cânions e ninhos de águias, pássaros de todas as cores e com os mais diversos tipos de canto.
Olhei e vi campos verdes, alaranjados, vermelho e em matizes de cinza que contrastavam com o céu azul.
Minha fonte me falou sobre as pessoas do lugar, me disse que são pacificas que preferem a tranquilidade ao invés de contendas.
Disse-me que são pessoas doadoras, doam tempo, doam amizade, doam liberdade e assim se tornam também livres.
Lá existem pessoas que cultuam o sol, pessoas que rezam com seus rostos voltados para Meca, pessoas que se reúnem em templos e igrejas, pessoas que acreditam no sagrado ou não, mas que acima de tudo acreditam no poder do cosmos e de uma fonte criadora, e justamente por isso não deixar que sua fé interfira na paz que tanto desejam.
A foto mais bela que vi, foi a de um sol majestoso que se punha em meio a nuvens pintadas de vermelho ocre e laranja, essa cena maravilhosa acontecia em um campo florido que tinha seus ramos e suas flores ondulados pelo vento suave do crepúsculo.
Minha fonte me disse que é natural ouvir o barulho de crianças por todos os cantos, elas correm e sorriem porque sabem que o futuro vale a pena.
Olhei e vi uma foto maravilhosa de um grande trem que rasgava as montanhas, enquanto gotas de uma chuva fina caiam sobre meu rosto.
Lá existem pessoas negras, brancas, pardas, mulatas, indígenas e mamelucas, existe uma mistura que coexiste em paz.
Coexistem em paz, porque já descobriram que o homem vale o que é, e aquilo que faz.
Olhei e vi homens e mulheres que retiravam da terra seu sustento, mas seu olhar não era de cansaço ou de lamento, perguntei ao meu informante porque aquelas pessoas sorriam.
Ele me respondeu que aquelas pessoas haviam descoberto há tempos, que absolutamente tudo vale a pena, que as coisas não caem do céu.
Descobriram que Deus não tem preço, que a mãe natureza não negocia. Descobriram que o contato dos homens com seu habitat é sagrado.
Descobriram que nenhuma tentativa é em vão, pois os acertos só são possíveis depois dos erros, e com seus próprios erros aprenderam também a não julgar os erros dos demais.
Aprenderam a conviver em paz, não em perfeição, mas em construção, aceitação e tolerância dia após dia.
Existem rios que são bons para pesca, arvores que dão sombra e fruto, e a terra que como mãe alimenta seus filhos com fartura.
As paisagens, a fartura, a diversidade, a beleza e a simplicidade sem esforço, tudo de belo e bom sobre aquele lugar me fizeram perguntar – Meu bom amigo, diga-me onde é este lugar?
Meu informante disse-me que a localização ainda era um mistério, mas aqueles que o haviam descoberto deram a este lugar maravilhoso o nome de TERRA.

P. J. S. 

4 comentários:

L. Damasio disse...

Gostaria muito de morar nesse Novo Mundo!!!

Paulo Joaquim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Micaella disse...

Como bons seres humanos que somos, talvez façamos com o planeta aquilo que fazemos com certas coisas em nossas vidas.
Ou seja, só daremos verdadeiro valor quando perdemos e certos processos sejam irreversíveis.

Paulo Joaquim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.